Maratona de Berlim 2013

Maratona de Berlim 2013

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

tudo a ver com o momento na vida

Eu hoje acessei, como usual, o blog de meu amigo Xampa e vi um vídeo que me chamou a atenção e me fez refletir. Não tem a ver com corrida, mas com a vida. Compartilho abaixo:



Quanto às corridas, estou parado por enquanto apenas me alongando. Como a contusão não melhorou, essa semana volto ao ortopedista para ver o que fazer. É possível que volte à fisioterapia. A verdade é que a corrida por 3 meses com lesão, especialmente a última prova com ladeiras, fez ela piorar. Mas não teria feito nada diferente. As 3 meias foram sensacionais, como disse antes. Agora é tratar para melhorar... vou tentar fazer alguma atividade física em paralelo. O problema é que semana passada fiz uma bicicleta e incomodou um pouco. Vamos ver...


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Momento e planos

Agora se encerrou definitivamente o ciclo. Foram 3 meias maratonas (21.1k). Resumindo:

Asics: 26/6 - 1h59'26". Estreia nas meias. Vários amigos. Percurso quase plano.
Meia da Caixa: 17/7 - 1h58'45". Visual lindo. Calor. Tempo melhor. Família na chegada.
Assunção: 7/8 - 2h02'07". Adesão aos Baleias. Primeira prova internacional. Ladeiras. Torcida após chegada.

Como resultado da temporada, carrego a contusão não curada na posterior da coxa. Ontem fiz apenas 10k, depois de uma semana parado, e, além das pernas pesadas, senti o danado do Semitendinoso. Era natural, principalmente dadas as ladeiras de Assunção. Pretendo retornar ao spinning, ainda que de forma leve. Farei também exames para determinar meu condicionamento, a fim de preparar nova série de musculação e montar meu próximo ciclo. Irei também ao cardiologista, para uma avaliação. A ideia do 2º semestre é melhorar o condicionamento geral, ganhando velocidade e resistência, até dezembro. Aí em janeiro eu faço mais um período de descanso para então fazer minha preparação para a Maratona, em julho de 2012.

Uma coisa que gostaria é de perder peso. Recuperei uns 2 a 3 quilos dos 11 que havia perdido, e acredito que esse tenha sido um dos principais fatores por ter piorado tanto meu condicionamento desde que fiz o melhor treino, de 19k em 1h41', em maio, até as meias (é claro que parte se deveu a ter reduzido os treinos). Gostaria de perder um total de 5 quilos até a maratona.

Tenho uma séria propensão às contusões. Não posso perder isso de vista. Tenho que ser prudente, e aplicar o que aprendi nesse cliclo anterior de treinamento.

Sinceramente, acho que tudo valeu a pena demais, nesse primeiro ciclo "sério" de treinamento visando uma prova específica. Adoro acordar cedo para treinar. Fico bem o resto do dia. Participar de provas também é muito legal. É a ocasião para executarmos tudo que treinamos, além de ótima oportunidade para encontrar amigos.

As contusões são uma forma de melhorar o autoconhecimento. Ver até onde posso ir. Eu, nesse momento, me motivo a sempre melhorar minhas marcas, ainda que entenda perfeitamente que nem todos são assim. O mais importante de tudo é praticar uma atividade física regularmente.

A corrida veio para ficar na minha vida e ser Baleias é um estilo de vida. Passei a ver as coisas de forma mais positiva, e agradeço à corrida e aos Baleias.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

De quando fiz grandes amigos, virei Baleias e fiz minha primeira prova internacional


"Na presença dos amigos, o paraíso é portátil" 
Miguel Delgado (pensador e filósofo grego)

É impossível descrever em palavras o turbilhão de emoções que marcou esse fim de semana em Assunção, no Paraguai. Teria que trazer o sabor da empanada de palmito do Lido-Bar, os sorrisos que foram trocados com os novos amigos, as lágrimas de Lana ao término da Maratona e o calor do abraço de cada um na despedida no domingo. Como todas essas coisas não podem ser compartilhadas aqui, faço abaixo apenas um relato escrito de tudo que vivi para que eu não me esqueça jamais de todas as emoções pelas quais passei.

O Antes
Minha jornada se iniciava na sexta-feira, quando parti inicialmente do RJ para Curitiba. Lá tive o prazer de conhecer o simpático casal Nilo e sua esposa, que também se juntaria ao grupo formado pelos baleias. Nilo, compete na categoria 65-69 anos, e corre rápido, conquistando pódiuns aqui e ali. Mais tarde, já no avião para Assunção, encontrava com vários outros amigos, dos quais eu só conhecia pessoalmente o Miguel Delgado (CEO Baleias). Ele é o blogueiro e autor do blog Baleias, uma referência em corrida de rua no Brasil. Esse é um cidadão muito carismático e de grande coração, que percebeu nas corridas, muito mais que um atividade física, uma chance de exercer sua forte veia humanista.

No avião já trocávamos um papo já animado, atrapalhado apenas pelas comissárias que, vejam só, insistiam em passar no corredor para lá e para cá. Embora estivesse conhecendo a maioria naquele momento, parecia que já havia décadas. Se fosse espírita diria que conhecia a todos os baleias de outras encarnações.

Gostei muito, por exemplo, da história do Cláudio Dundes, que conhecia ali, sujeito com um coração do tamanho do mundo, que viajava com um pequeno leão de plástico, a fim de homenagear o filho. Tiraria fotos durante todo o final de semana colocando o pequeno leão em todos os lugares possíveis. Uma atitude singela e emocionante.

No aeroporto de Assunção, encontrávamos mais baleias, e a essa altura o grupo já era grande. Conheci, finalmente, minha amiga Elis, Vice-Presidente Baleias, do sensacional blog Diário de Uma Corredora. Uma amiga virtual que virou real, como diria nosso Jorge Ultra. Como já nos conhecemos dos diversos comentários recíprocos no blog, nossa conversa flui fácil. Uma pessoa de rara sensibilidade e grande amiga.
Daí fomos todos ao Hotel, para a Feira da Maratona (muito boa) e terminamos a noite no Restaurante El Borsi. Miguel tinha razão ao dizer que era o melhor restaurante do mundo. Ótima comida e bebida, e uma conta de cerca de R$35 por cabeça. Altamente recomendável! A cada momento minha intimidade com aqueles novos amigos aumentava e me divertia muito. A lamentar só o fato de minha família não ter ido. No aspecto saudade foram duros aqueles dias.

Sábado a equipe se dispersou um pouco. Eu iria com um grupo às compras. Ótimos preços e lojas com bom atendimento, nada parecido com a realidade de Ciudad del Leste, na fronteira com o Brasil. Os amigos Wu e Zelia, o casal nota 1000, Meire, o sorriso fácil e carismático, Marcos, o namorado bonitão, em definição do Blog Baleias, e gente boa, já citação minha, Ricardo, o bom sujeito que eu também conhecia, ainda que sem saber, de outras encarnações, além de Ailton, gente-fina, o recordista Baleias de redução de peso e que me acompanharia na recepção à Meire na chegada da Maratona do dia seguinte, fariam parte desse pelotão. Posteriormente ele seria engordado pelo casal Ismael, que seria meu companheiro na meia do dia seguinte e Dani, sua simpática esposa. Wu, satisfeito com os preços encontrados, levaria quase o estoque inteiro de máquinas fotográficas de Assunção, mas felizmente deixaria uma Kodak baratinha para mim. Já Ricardo faria a festa na loja de perfumes, comprando toda a loja para os amigos e amigas de sua terra natal. O nordeste ficará ainda mais cheiroso depois disso.

A tarde tivemos um passeio turístico, com guia oficial gentilmente cedido por Myrta, a simpática organizadora da prova. Ali eu já estava em estado de euforia absoluta. Estava cercado de grandes amigos, em um lugar extremamente acolhedor, falando de corrida quando possível e tendo aula de história, era bom demais para ser verdade. Visitamos todos os pontos turísticos a pé e demos sorte porque, devido às comemorações do Bicentenário do Paraguai, todos os prédios públicos e monumentos estavam reformados. Achei Assunção uma cidade acolhedora e agradável sob todos os aspectos. Claro que vivemos em um continente pobre, mas o povo paraguaio é muito acolhedor. Meire, preocupada com sua performance do dia seguinte, não nos acompanhou no passeio. Bobeou porque, como ressaltou Miguel, profundo conhecedor da fisiologia do exercício no corpo humano, é só dormir e o corpo está zerado.

Na volta para o hotel paramos no restaurante Lido-Bar, um lugar que todo viajante à Assunção tem que conhecer. Ainda que esteja longe do luxo do El Bolsi, é lugar típico, com atendimento no balcão, contando também com mesas do lado de fora. Ali comi o que seria a melhor iguaria de todo o final de semana, a empanada de palmito. Faltam palavras para descrevê-la. Tinha, nesse momento a compania de Miguel, Enio Yuhara, a simpatia em pessoa e que pagaria a conta, Elis e Carlos Dundes, já citado pela homenagem ao filho, e que seria um dos melhores companheiros de toda a viagem. Até me emociono lembrando dele.

Depois iríamos ao jantar de massas da Maratona, tudo da melhor qualidade. Como uma surpresa, tivemos inicialmente um show de músicas típicas paraguaias. Me emocionaria ouvindo uma música: Recuerdos de Ypacarai. Como morei um tempo curto em Foz do Iguaçu e minha mãe adorava essa canção, ela me lembraria a infância. Posteriormente tivemos um show de dança típica guarani, onde o ponto alto foi uma dançarina que equilibrava garrafas na cabeça.

Naquele momento tive finalmente o convite de Miguel para ingressar no Grupo Baleias, oferta que aceitei com grande alegria. Ele me explicou bem o regulamento do grupo, e me apresentou as normas da equipe, um manual de 232 páginas que leria até as 3:00h da manhã, visto que no dia seguinte teria um difícil exame oral.

O domingo se iniciaria às 5:00h, com o café da manhã. O astral era ótimo, se respirava corrida. Miguel, só ele mesmo, faria uma surpresa e traria ali um uniforme Baleias para mim, aparentemente fabricado durante a noite, enquanto eu estudava, em uma confecção nas imediações de Assunção. Ostentaria o manto coral na corrida com grande orgulho. A partir de então seria um humilde Baleias, divisão América do Sul, Sede Brasil, Regional Sudeste, Grupamento RJ.

A Corrida
Largamos às 7:00h em um belíssimo dia de sol. Foi a largada mais legal que já presenciei. Vários fogos de artifício e uma arquibancada que já estava cheia. Emocionante.

Combinei de correr junto à Ismael, em um ritmo de 5’40”, tentando melhorar ao final. Só que não contávamos que as ladeiras iriam tornar esse ritmo impossível para nós e ficamos na verdade próximos aos  6’/km. Saimos de trás do pelotão, e íamos ultrapassando muita gente no caminho. Era bacana porque a maior parte das pessoas corria com a camisa da prova, verde, então ficava fácil encontrar os outros baleias no caminho. Foi legal porque podemos ultrapassar vários, que iriam para a Maratona, e dar uma palavra de incentivo, enquanto nós iríamos para a distância mais modesta da Meia.

Pelo meio do percurso as ladeiras começaram a cobrar seu preço e os fantasmas das últimas contusões deram sua cara. Houve um momento que as descidas eram particularmente duras, pois sentia bastante o pé esquerdo, onde ainda tinha resquícios da metatarsalgia. Tive que mudar um pouco a pisada para o calcanhar para compensar. Os trechos planos eram minha salvação e as dores iam embora.

Como o percurso ia e voltava pela mesma avenida durante um pedaço, acabávamos por cruzar novamente pelos maratonistas. O amigo Ismael cumprimentava efusivamente a todos e acho que deve ter gastado parte da energia ali he he. Eu, mais contido, o fazia mais discretamente, o que explica meu maior gás ao final.
Quando cruzamos por Lana foi engraçado, porque ela gritou que eu tinha razão e que o Miguel a tinha enganado. Era um brincadeira, porque na véspera eu dissera que a prova era difícil (caxias como só, havia visto a altimetria no site). Já Miguel dissera que era plana. Mayumi também cruzaria por nós e gentilmente parou para nos fotografar. Ela também tem espírito Baleias.

A hidratação foi ótima, com isotônico e água abundantes. Havia também banana e tangerina, que não provei.
Achei o trajeto bem bacana, cruzando a cidade, e passando próximo a diversos pontos turísticos que havíamos visitado na véspera. Tinha boa presença de pessoas em alguns trechos e várias bandas, o que achei bem legal. As pessoas incentivavam bastante.

Faltando cerca de 3 quilômetros pedi licença ao amigo e imprimi um ritmo mais forte. Na chegada vários baleias que já haviam completado a prova ficaram nas arquibancadas e nos incentivavam. Sensacional chegar assim! No meio daqueles torcedores, um chamava a atenção, era Carlos Guerra. Ele fez a prova de 10k e aplaudiu todos os concluintes da prova depois dele. Além disso, durante todo o fim de semana, não houve ocasião em que tenha visto esse rapaz sem um semblante feliz no rosto. Deve ser bom demais levar a vida assim. Ele contagia a todos em sua volta!

Terminaria a corrida com cerca de 2h02’, com média de 5’47”/k, um tempo para lá de aceitável dada a altimetria e o calor. Fiquei satisfeito com a performance. Ismael chegaria menos de 2 minutos depois em sua ótima estréia em meia-maratonas (só fui saber depois).

Depois ficamos para acompanhar as chegadas dos demais. Ao final foram mais de 30 Baleias participando da prova, entre 150 brasileiros. O calor era cada vez mais forte, e era possível ver a dureza da prova nas feições daquelas pessoas. Meire particularmente passaria chorando e em uma atitude digna do amor que tem por ela, o namorado bonitão Marcos a acompanharia nos quilômetros finais. Ela cruzou a linha de chegada e desabou, recebendo atendimento mas ficando bem após alguns minutos. Acabaria em 2º lugar da categoria.

Os baleias iam se sucedendo, um a um, naquele que era o objetivo maior do fim de semana, uma festa entre amigos concluir bem aquela prova. O calor, digno de verão a essa altura, cobrava seu preço. Wu deixaria, mais uma vez, Miguel muito para trás. Ele tem a tática muito eficiente de tirar a barriga para correr e colocá-la novamente no lugar apenas após o final da prova. Isso faz toda a diferença. Pode isso, Arnaldo?
Elis chegaria junto com Marinês, outro sorriso fácil Baleias, e sacudiria o Manto Coral em sinal de seu amor e devoção!

Tutta, amigo blogueiro do Paraná, fez a prova voltando de contusão e não resistiu ao calor e ao ritmo imposto, tendo que abandonar a prova. Foi uma pena, pois no momento ele estava em 18º geral da prova e vinha para ganhar pódium na categoria. Mesmo assim, mostrando sua personalidade Baleias, acompanhou a chegada dos amigos e me disse que estava muito feliz só de estar ali. Para ser Baleias tem que sempre ver o copo meio cheio...

Ao final, talvez resumindo o que foi a prova, chegaria Lana, fechando o grupo. O bacana foi que ela, certamente em um misto de emoções onde se lembrava de toda a dureza da prova, bem como outras sensações que só ela sabe, tudo devidamente misturado com a endorfina, desabaria em um choro no qual abraçaria cada baleia que se aproximava.

Comprovando que nem só de corredores pangarés como eu vive o grupo Baleias, ainda arrebatamos 4 podiuns: Elizabete foi a 1ª em sua categoria, Meire e Tinil, 2ª, e Nilo, amigo Baleias, também ficou em 1º.

Ao final todos paravam para tomar uma cerveja, mas eu, que iria embora em pouco tempo para o aeroporto e tive que arrumar as malas, perdi a distribuição. Só que aí o amigo Tinil, corredor amador de elite e sujeito de riso fácil, gentilmente me cedeu a sua e assim tomei aquela cerveja que coroaria o fim de semana. Só me restou, então, abraçar os amigos que estavam ali, que infelizmente naquele momento não eram todos, e combinar um “até breve”!

Peço já desculpas antecipadas aos muitos amigos que fiz no fim de semana e que não citei aqui. Devo, com minha fraca memória, certamente ter esquecido gente muito legal e que merecia também ser homenageada. São pessoas de bom coração, que tem na corrida seu elo de ligação e no sorriso sua marca registrada.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

apronto para Assunção

Longão hoje de 15k com o sol nascendo e, pela primeira vez, sem sentir o semitendinoso. Acho que estou realmente quase bom. Só estou muito lento. Definitivamente o auge da minha preparação ocorreu no início de maio, quando fiz o treino de 19k para 5'20". Mas beleza, que no Paraguai o menos importante será o tempo em que irei concluir, até porque a altimetria é pesada! Agora só um treinozinho leve na quarta e na sexta pela manhã se tudo der certo, embarco.

PS estou fechando alguns posts para comentários. Senão acho que fico constrangendo os amigos a comentarem e tem vezes que o post é mais uma reflexão, né não? se desejarem podem comentar nos posts antigos que sempre recebo um email avisando e respondo, está bem?