Maratona de Berlim 2013

Maratona de Berlim 2013

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

De quando olhei para dentro



Por que eu corro? acho que uma das coisas legais do blog é poder, de tempos em tempos, fazer uma reflexão nesse sentido.

Estou com quatro anos de corridas, uns 3 de blog, algumas lesões, muitos bons amigos e, sei lá, umas 15 provas nas costas. Definitivamente passou aquela fase inicial. Já posso dizer que sou um corredor com uma certa experiência, ainda que as contusões tenham reduzindo minha prática nesse tempo.

Não faço prova toda semana nem todo mês. Parte porque a brincadeira sai cada vez mais cara, mas parte também porque não é meu perfil. Não sou um cara tão festivo. Sou um corredor de treino, de dia-a-dia, da repetição para melhorar... gosto de ter metas específicas, e de me dedicar a cada uma delas, claro que com exceções no meio que a vida também é feita de circo.

Embora o entusiasmo inicial tenha passado, incrivelmente minha motivação para correr não diminuiu em nada com o tempo. Muito pelo contrário. Analisando meu início como corredor, quando dividia a corrida com as aulas de spinning, a vontade de correr só aumentou. Interessante isso. Não me lembro de ter feito muita coisa na vida que tenha se tornado melhor com o tempo. Ou não. Sei lá. O sexo também ficou melhor com o tempo. Talvez a própria vida também, que aprendi melhor o que tem valor e o que não tem. Ou não, que, por outro lado, perdi um pouco daquele entusiasmo de quando era jovem e imortal e ainda lutava por meu lugar ao sol. Aos 40 anos e ainda com muitas metas, já estou em uma fase que parece que o lugar ao sol já chegou, o que é muito bom. Só que fica aquela questão do que tem depois do sol. Mas vou fugir desse assunto que ele não á para uma prosa de bar como essa aqui...

Voltando a corrida. Tenho então uma atividade pela qual sou cada vez mais apaixonado, mas que tenho muita dificuldade de explicar. Li então hoje um texto que me ajudou a entender um pouco:

"Each sport has its characteristic phenomenology – what it's like to engage in it, and without direct experience you can only have a vague idea of what that phenomenology is all about: to put it bluntly the essence of sport is ineffable. People who have shared this type of experience can talk to each other meaningfully about it, but an outsider to the activity is also an outsider to the meaning of talk about it.
It's like the blind not knowing what the fuss about seeing colours is all about, or the pre-orgasmic child wondering why adults seem so obsessed with this mysterious thing called "sex".

 Traduzindo livremente, seria algo como:
"Cada esporte tem sua fenomenologia característica - como é a sensação de participar dele, e sem experiência direta você só pode ter uma vaga ideia do que é esta fenomenologia: para simplificar, a essência do esporte é inexpremível. As pessoas que dividem este tipo de experiência podem falar umas com as outras de forma significativa sobre ela, mas alguém de fora da atividade também fica excluído da possibilidade de entender o significado do que se fala sobre ela.
É como um cego não entendendo a importância que se dá às cores, ou uma criança pré-orgásmica pensando porque os adultos parecem tão obsessivos com esta coisa misteriosa chamada sexo"

Filósofo Colin McGuin, citado em:
http://www.guardian.co.uk/lifeandstyle/the-running-blog/2013/feb/27/not-running-for-charity
(grifo meu)

Acho que concordo muito com o que tem aí. Nós, corredores, tanto quanto os triatletas ou atletas que se dedicam de verdade a qualquer modalidade, passamos por uma experiência única. Está claro também que não é só com a corrida que isso acontece, como nós apaixonados pensamos. A bailarina que acorda às 4:30 pode sentir o mesmo amor pela atividade que nós...

Por experiência própria, entretanto, só posso falar assim da corrida. Quando ela atinge o âmago de um ser humano, é algo muito intenso. É das coisas mais poderosas que me atingiu e hoje tem participação central na minha vida. Sinto a endorfina na veia, e a falta dela me causa uma sensação ruim, como um apaixonado que se afasta da coisa amada...

Refletindo um pouco mais, entretanto, hoje creio que a corrida significa algo diferente para cada pessoa. Definitivamente, não são todos que sentirão o mesmo prazer em acordar cedo para fazer um treino de tiro, por exemplo. Para mim é uma superação pessoal. Cada vez que acordo cedo para treinar, sinto que estou me tornando alguém melhor. Com disciplina, foco, saúde, enfim... e aí entra também a competição. Ela permite resumir todas essas coisas em algo mensurável, e quem é engenheiro gosta disso, não posso negar. Acredito que minha maior motivação venha da necessidade de ser melhor a cada dia, quantificada na evolução contínua nos meus tempos. Só que essa um dia irá parar e terei que arranjar algo mais para me tirar da cama. Mas eu acho... ah, se acho.

E aí vem a 2ª pergunta. Para que o blog? comecei como uma forma de motivação. De vontade de mostrar aos 4 ventos aquela sensação maravilhosa. De ganhar leitores. Com o tempo, a coisa mudou. Perdi a vontade de fazer aqueles posts do tipo "treinei bem" e, como não participo de muitas provas, fiquei meio sem assunto. Resolvi "falar" só quando tivesse algo mais relevante para dividir. A quantidade de leitores deixou de ser algo relevante. Até porque eles continuam poucos, como deviam ficar. No fundo, somos mesmo uma ilha e quando paramos de vez alguns se lembrarão de nós por alguns anos, certamente nossos entes queridos, mas depois de 100 anos não seremos nada mesmo. Valerá mesmo as experiências que tivemos...então penso que o blog é legal nisso. Com o tempo a memória fica cada vez mais fraca. Ficamos talvez com o que seja essencial, com algumas lembranças. O que está registrado aqui permanece. É um registro desses tempos maravilhosos que estamos vivendo. Somos talvez a 1ª geração que tem uma oportunidade real de deixar registrado quem éramos ou o que pensávamos...

E aí tem também a interação com outras pessoas que comentam aqui no blog. Quando tenho uma dificuldade, todos se prontificam a ajudar, e daí vem o caminho para a cura. Como agora, e isso já aconteceu antes. Ainda que com todos os defeitos, somos criaturas solidárias!

Provavelmente a maioria dos meus poucos leitores já pararam de ler antes, que o texto ficou muito longo e meio sem sentido também, mas, sinceramente, who cares? a procura de mim mesmo é um processo constante e esse aqui ainda é um dos principais meios de me buscar. Alcançar? nunca, que eu sou mesmo um alvo mutante ;-)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A danada da coluna

As dores na coluna estão me incomodando.

Começou devagar, e eu achei que ia passar logo, mas não foi assim. Quando treino, na maioria das vezes não doi, pois o corpo fica aquecido. Doi no dia a dia e nos treinos de tiro, que agora então parei de fazer.

É triste, porque venho evoluindo muito nos treinos e no peso. Já perdi quase 3 kg, e o melhor é que, com a combinação que encontrei de treinos de corrida e reforço muscular, as pernas estão se comportando de maneira maravilhosa, sem nada para incomodar. Aí vem a danada da coluna, onde tenho uma protusão do disco lombar, diagnosticada há uns 10 anos.

Não estou conseguindo horário com a massagem/fisioterapia para 2 sessões por semana, apenas uma. O problema é que é pouco. Depois faço treino forte e a dor volta. E tem aumentado. Vou tentar reduzir os treinos e, de repente, voltar ao osteopata.

Estou na 8ª semana de 13 para a Meia Maratona da Asics, minha prova-alvo do 1º semestre. Mas ainda tenho uma 2ª chamada na Meia da Caixa, em julho. O problema é que essa já ocorre em período de preparação para a Maratona de Berlin, que é final de setembro e é a grande prova do ano. Mas tudo é contornável. Importante mesmo é conseguir treinar sem dor. De preferência forte, que é o que me motiva.

De vez em quando tenho que escrever essas coisas aqui, até para ficar registrado para mim.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Treino em Friburgo

Carnaval foi com a família em um hotel perto de Friburgo. Tudo bom demais!

Consegui manter os treinos de corrida como mandava a planilha, mas não a musculação, porque eram poucos equipamentos e (principalmente he he) por causa da preguiça.

Fiz 3 treinos. Primeiro inventei um longão pela região. Foi legal, ainda que não tenha selecionado bem o trajeto e chegado em algumas estradinhas sem saída das quais tive que voltar. Chegou perto de 2 horas, incluídas aí os aquecimentos/desaquecimentos e tiros do meio. Fiz também o treino de ritmo, que era composto por 15' de aquecimento, mais 24 séries de 200m forte e 20" fraco, além de 15' de desaquecimento, pelas estradas da região. Esse treino normalmente eu faço na esteira, pelo menor impacto e pela facilidade de controlar a velocidade, mas foi tranquilo fazer na rua. O treino de tiro foi duro como sempre.

Sinto dores na coluna e um incômodo no quadril no dia a dia. Estou aumentando minhas sessões de massagem/fisioterapia preventiva para 2 vezes por semana para ver se elas passam. Será uma pena ter que interromper os treinos, pois a evolução está boa demais.

O peso é que está difícil controlar. Tenho meta de chegar aos 66 kg na Asics, dentro de 2 meses, mas, por enquanto eu aumentei de 69kg para 70kg. Após o carnaval, entretanto, foquei mais e agora acho que vai.