Histórias da Ponte

Como disse no post anterior, não participei da Corrida da Ponte. O motivo principal foi que eu não me achava preparado para enfrentar 21k sem sombra, quando minha preparação é para a Meia Maratona de Julho. Confesso que, em um momento, como a preparação estava indo melhor do que imaginado, cheguei a cogitar a participação. Mas aí vi que teria que comprovar participação em uma Meia antes, e a única possibilidade era uma seletiva em Niterói que aconteceu ainda antes, quando eu não me achava preparado. O ponto para mim é que eu não gosto de participar de algo para o qual eu não estou pronto. Acho tudo bem quem faz, dou a maior força, e não digo que não farei, mas apenas que prefiro enfrentar algo para o qual estou preparado. Achei, entretanto, a ideia da prova muito legal e continuo achando, embora muitos tenham reclamado. Se ela se mantiver no calendário em 2012 eu pretendo fazer.

Vamos ao que eu vi...

Como todos sabem, o calor era muito forte, o que eu também enfrentei no meu treino, que começou 20 minutos antes. O problema é que, pelo que entendi, o calor foi maior porque se criou uma espécie de "ilha de calor" (ou túnel de calor, que nesse caso seria mais apropriado), com o asfalto muito quente e muretas de concreto na laterais aprisionando esse calor gerado. Além disso, não havia qualquer vento ou sombra, e quem passa por ali sabe que normalmente venta demais a ponto de terem sido instalados amortecedores extras há alguns anos, devido às vibrações em dias de vento, como se pode ver aqui neste vídeo de antes da obra. Houve a coincidência de um tempo incomum para essa época, de sol forte direto e sem vento.

Cheguei na área de chegada com cerca de 1h30' de prova. Me surpreendi ao ver que os "canela finas", ou seja, corredores amadores excepcionais que costumam ter tempo próximo aos profissionais, estavam chegando naquele momento. O esperado seria chegar uns 10 minutos antes. Outra coisa era o estado em que os corredores chegavam, aparentemente esgotados. Vi pelo menos 5 casos de pessoas que tiveram que ser carregadas na maca após a chegada, isso sem falar nas inúmeras ambulâncias que vi de sirene ligada.

O primeiro corredor conhecido que encontrei foi meu amigo virtual que virou real Jorge Ultramaratonista. Ele é muito gente boa! Ele foi o único que vi que não reclamou do calor, disse que tinha parado para tirar várias fotos, e chegou com cerca de 1h30'. O cara é fera. Infelizmente meu celular ficou sem bateria, então terei que pegar as fotos nos blogs dos amigos para colocar aqui :-(

eu e Jorge Ultramaratonista, em foto dele

A seguir encontrei Guilherme, companheiro de treino, que iniciou comigo os treinos para a meia no ano passado. Ele havia feito a seletiva em 1h53', mas chegou com 2h06', dizendo que por diversos momentos havia pensado em parar, mas resolveu seguir até o final. Depois fiquei inclusive preocupado, porque ele sumiu, e depois explicar que após passar pelo funil teve que sentar, pois viu tudo "preto". Não foi fácil a prova para ele.

Mais tarde encontraria os amigos da equipe Baleias. A turma é muito animada e foi muito bacana encontrá-los. O Miguel é tão gente boa ao vivo quanto no blog. Só achei engraçado porque não havia me dado conta que ele é mineiro e tem um baita sotaque he he é que a gente lê o blog com "nosso sotaque" e aí parece que a pessoa fala daquele jeito. Nossa, confuso isso, hein?! mas achei interessante. Fiquei por ali trocando ideia com alguns membros da equipe, e acompanhando as brincadeiras. Eles reclamaram também muito do calor. Foi muito bom encontrá-los porque serviu de aperitivo para Assunção, meia que pretendo fazer em agosto. Encontrei também o Ricardo Hoffman (Run for free), que também é membro Baleias. Pelo que percebi, também se complicou com o calor...prazer em conhecê-lo amigo!

Eu e equipe Baleias, depois coloco os nomes. Foto de Ricardo Hoffmann.

Infelizmente não tem como dar a acolhida que gostaria aos amigos que vem de fora, visto que tenho uma mulher e dois filhos pequenos em casa. Dessa vez ainda consegui negociar um domingo de manhã um pouco maior, mas nos outros momentos do fim de semana não deu :-( tenho que colocar minha mulher para voltar a correr!

Voltando ao que eu achei da prova. Creio que tem tudo para se firmar. Esse negócio de "Meia mais difícil do Brasil" tem seu atrativo, embora não tenha sido a intenção original dos organizadores.  Com essa fama, a tendência é que no ano que vem os corredores sejam mais conservadores e corram mais devagar... A Badwater não tem fila de espera? (ah sim, e o valor da inscrição precisa baixar um pouco também)